Norma Guimarães e Carminha Oliveira Presidente e vice do SIMPI |
Há mais
de dez anos Itabuna não via uma movimentação tão disciplinada e necessária como
a que ocorreu na última sexta feira 13. Uma média de 800 professores, liderados
pelo Sindicado do Magistério Municipal Público de Itabuna – o SIMPI, adentraram no
coração da cidade grapiúna, a Av. Cinquentenário, com bandeiras, camisas personalizadas,
faixas, panfletos, músicas e até um Mini Trio elétrico. No rosto, expressões de
luta, e nas vozes um grito de alerta. Na massa intelectual composta por profissionais
do município e do estado, naquele momento, não se viam diferenças, apenas a
unidade e harmonia de uma categoria em busca da valorização e respeito ao
educador.
A sociedade civil vislumbrava a passeata e
apoiava cada passo que os professores davam, pois compreenderam que o que
estava em jogo não era briga política, partidária ou de natureza semelhante, mas
sim a necessidade do respeito ao profissional da educação que transforma os
seus filhos em cidadãos. Embalados por músicas de protesto, os professores deram
uma aula pública, gratuita e aberta de cidadania, cultura e ética, mostrando à
sociedade que para se conquistar algo, num país como o nosso, é preciso ir à
luta com “força, raça e gana sempre”. Já no samba de Leci Brandão, entoado
pelos participantes da passeata, ficou claro que o professor é uma das figuras
mais importantes do país, visto que é “na sala de aula é que se forma um
cidadão, na sala de aula que se muda uma nação, na sala de aula não há idade,
nem cor”, por isso é imprescindível que qualquer governo respeite o professor.
A categoria em mobilização pela valorização do professor |
É importante destacar que, há anos,
os professores municipais estão sendo lesados pelos governos que perpassam a
administração municipal, uma vez que até hoje nenhum deles cumpriu com o plano de
carreira do educador itabunense em sua integralidade. A falta de eleições diretas
para gestores, o atraso no vale transporte, a insegurança nas escolas, as
péssimas condições de trabalho e o não cumprimento da linearidade entre os
níveis, figuram como algumas das principais reivindicações da categoria, que
apesar de todos os descumprimentos supramencionados, vinham desemprenhando sua
função com excelência. O professor de Itabuna, após muito suportar, deflagrou
greve e trocou o giz por bandeira, a voz por apitos e as salas de aula pelas ruas
para gritar e exigir o que lhes é de direito.
Alguns expectadores desavisados
julgavam a manifestação como uma reação política e partidária, todavia o SIMPI
em nenhum momento se negou a tal verdade e não haveria por que. O que muitos
não sabem é que a política ali presente, era a política cidadã e o partido não
outro senão a educação. Dessa forma, utilizando a política da cidadania e o
partido cuja bandeira é a educação, a categoria lutou pelo cumprimento de seus
Direitos, pois como assina Rui Barbosa, somente os que lutam são dignos deles. Vaticino
este texto, como profissional da comunicação afirmando que qualquer matéria,
redação ou discurso que verse sobre a referida passeata, será deveras opaco, mediante
o impacto e a importância de seu momento. Acredito que nem o melhor escritor
será capaz de retratar a representação social que a manifestação gerou, mas no
uso de minhas habilidades e no meu exercício profissional, resta-me parafrasear
a artista e dizer a todos, “batam palmas pra eles, batam palmas pra eles, batam
palmas pra eles, que eles merecem”!
Autor: Jeremias Barreto,
Bacharel em Comunicação Social e Assessor de Imprensa do SIMPI.
Parabens professores.
ResponderExcluirfiquei feliz só em ver estas imagens. Imaginem se tivesse tido a oportunidade de comparecer a esta brilhante luta.
Espero que a comunidade junte-se a nós e os governantes tenham consciencia crítica e respeitosa para com a categoria.