Apoiando a greve nacional da educação, convocada pela CNTE
e que teve início no dia 14 de março, o Sindicato do Magistério Municipal
Público de Itabuna- SIMPI realizou, no mesmo dia, uma audiência pública como
atividade complementar ao movimento. O evento que teve como lema “Os Desafios
dos Profissionais da Educação pela Valorização do Piso Salarial do Profissional
Nacional – PSPN” ocorreu na manhã da última quarta-feira no auditório da União
Metropolitana de Educação e Cultura – UNIME e teve como palestrante o consultor
jurídico do sindicato, o advogado Tadeu Cincurá, que ao longo de sua palestra
versou sobre a real condição do educador, bem como das dificuldades e desafios atuais.
Professores na execução dos hinos Nacional e Municipal |
A solenidade foi aberta ao som dos hinos nacional e
municipal que teve como vozes de fundo os cerca de 100 profissionais e
convidados presentes. Para a formação da mesa, foram convidados a Presidente do
Sindicato, Normagnolândia Guimarães – Norma, o Consultor Jurídico e Palestrante,
Dr. Tadeu Cincurá, a representante da Secretaria da Educação, Sandra Mª Leal, a
representante do FUNDEB, Lidiane Batista, o representante da Câmara Municipal,
Wenceslau Júnior e a Diretora de Assuntos Sindicais da cidade de Barro Preto,
Professora Ivete Bomfim. De acordo com a presidente do SIMPI, Norma Guimarães,
a audiência teve como objetivos discutir o cumprimento da Lei do Piso, o
Projeto de Lei 3.776/08 que está tramitando na Câmara dos Deputados que
pretende alterar a regra do reajuste do magistério, a carreira do professor, a
aprovação do Plano Nacional da Educação, bem como esclarecer assuntos
concernentes a Campanha Salarial 2012.
Abertura com fala da Presidente do Sindicato |
Após as saudações convencionais, a Diretora do Departamento
de Acompanhamento da Gestação da SEC, Sandra Leal, afirmou que “toda
movimentação democrática é bem-vinda, se tratando de educação se torna ainda
mais especial”. Ela enfatiza que para se chegar a um patamar de
desenvolvimento, é preciso investir, antes de tudo, na educação. “Nada se faz
sem educação, é preciso investir no setor para que o país se desenvolva e
cresça. Não basta apenas aumentar o piso, mas é importante, também, valorizar
este profissional”, a representante da Secretaria da Educação termina sua fala
garantindo que o executivo está disposto a honrar o compromisso firmado e
cumprir o piso que o MEC determina.
Dr. Tadeu Cincurá durante sua palestra |
Durante a palestra, o Dr. Cincurá expos dados relevantes à
categoria. Afirmou que mesmo o município tendo interesse em cumprir com o piso,
terá algumas dificuldades devido a um déficit de recursos no orçamento público
e enfatiza que o ano de 2013 pode trazer sérios comprometimentos que afete a
categoria, por isso, afirma que é possível já pensar em greve no início do ano
que vem. Entre outros pontos atinentes a categoria, o advogado compara as
atribuições e proventos do professor com outros cargos de nível médio no país e
conclui que o reajuste de 22,22% é expressivo, embora acredite que o professor
mereça mais pelos riscos e desafios que a profissão oferece. Se tratando da saúde
do professor, fez um alerta pedindo que a categoria lute por melhores condições
de trabalho e “deixe de vender saúde”, pois nos últimos anos tem aumentado
significativamente o número de profissionais com doenças crônicas, depressões e
síndromes, acreditando que nos próximos dez anos haverá uma crise nacional pela
falta de professores em todos os setores.
Na platéia, os professores estavam atentos e assustados com
algumas informações divulgadas, a professora Siomara de Almeida que há 27 anos
trabalha no setor afirma que infelizmente são poucos os colegas que se
mobilizam e participam de campanhas pela melhoria da educação, se diz triste
com a atual realidade, mas disposta a lutar. “Não vou ficar de braços atados, a
causa é justa, vou à luta” afirma a professora.
Professora atenta a palestra |
Já a educadora Soraia Corrêa que está há 5 anos na rede,
diz que esta foi a primeira experiência de participação com o sindicato e fez
uma avaliação positiva. “O tempo é primordial para avaliarmos as coisas, essa é
a minha primeira experiência com o SIMPI, mas tenho visto mobilizações e a
preocupação deles com a categoria, isso é muito bom”. Quanto ao cenário da
educação nacional, a professora diz que vê, ao longo do tempo, uma melhora nos
recursos físicos e técnicos das escolas, mas que a valorização do profissional
é pouca “ultimamente tenho observado uma melhora nas escolas, na parte física e
técnica, mas ainda é pouco para acompanhar essa geração de alunos dinâmicos e
ágeis, é preciso mais capacitações e respeito ao profissional da educação”.
Outra professora que deixou sua opinião foi Claudete Lúcia,
que atua há 20 anos no setor, dizendo estar satisfeita com atividades desempenhadas
pelo SIMPI, “tenho achado ótima as ações, pois o sindicato tem desempenhado a
sua função e as conquistas obtidas foram graças as lutas e esforços do SIMPI”.
Quando questionada sobre a condição do professor num cenário nacional, a
professora não mede palavras e diz que “é uma falta de respeito esse sistema. O
professor merece ser mais valorizado, pois sem a sala de aula não há médicos,
policiais e outros profissionais de tanta importância social. É preciso
melhorar essa política e a classe precisa unir forças e lutar pela
valorização”. Afirma a professora.
Para a presidente do sindicato que atua na área há mais de
25 anos a audiência é uma excelente oportunidade de debater idéias e mobilizar
a categoria. Norma não esconde a tristeza ao ver uma quantidade pequena de
professores na audiência, visto que a rede aderiu ao movimento de paralisação, pois
diante da divulgação, esperava que a classe se articulasse mais em prol de seus
direitos. Todavia, mantém sempre a postura otimista e acredita que os presentes
serão capazes de “acordar” os colegas, “afinal, foi uma palestra esclarecedora,
com muitas informações preciosas e com um nível de pesquisa de alta qualidade. Os
professores precisam retomar o espírito de luta e não deixar nas mãos dos
outros (políticos), o que é de seu interesse. Como, sabiamente diz Nelson
Mandela, ‘a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o
mundo’, por isso acreditamos nessa força”, conclui a presidente.
Fonte: Assessoria do SIMPI
Fotos: Jeremias Barreto
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