Atendendo solicitação do Sindicato do
Magistério Municipal Público de Itabuna – SIMPI o Secretário da Educação, Gustavo Lisboa, convocou na última segunda (16/07) a Comissão de Estudo do Plano de Carreira juntamente com os órgãos de apoio da SEC, os Departamentos de Acompanhamento e
Gestão e da Educação Básica e da Assessoria de Planejamento, na sede da Prefeitura
de Itabuna para retomada da reformulação do Plano de Carreira.
Profa. Marilyn explicando as dificuldades da compreensão da atual tabela de vencimentos |
A Presidente do SIMPI, Norma
Guimarães, expôs que esta reunião teria como ponto principal a discussão de 1/3 da jornada de trabalho, bem como a revisão da tabela de vencimentos, uma vez que o município não vem obedecendo a Lei do PSPN e, também, que a atual tabela tem causado sérios transtornos à categoria. “Fizemos
alguns cálculos e percebemos que os valores não correspondem ao que está
exposto no texto da lei. Ficou nítido também, que essas distorções existem desde a implantação do plano, ou seja, desde 2003”, afirma a líder sindical. Conforme a Diretora de
Cultura do SIMPI e, também, professora de matemática, Marilyn Campos, um dos
maiores problemas da tabela é que os cálculos têm sido feitos sobre o salário base
do professor inicial, desconsiderando os avanços que o profissional teve ao
mudar de referência, nível e classe.
O Secretário reconheceu que
o texto da lei está confuso, mas que devido o alongamento da campanha salarial
alguns pontos não avançaram, inclusive o que tange a regularização da tabela.
“Faríamos uma reforma no texto da tabela, com base inclusive nas argumentações
jurídicas e levaríamos à Câmara de Vereadores, mas a Campanha Salarial deste
ano trouxe surpresas, esgotando assim o nosso tempo”, contrapõe Lisboa. Além
disso, afirmou que desde a semana passada, a secretaria já está avaliando a
possibilidade do cumprimento de 1/3 da jornada de trabalho, garantindo o tempo
de avaliação e estudo do professor, outro pedido feito pelo SIMPI em respeito a
Lei do PSPN.
Segundo a Vice-Presidente do
SIMPI, Carminha Oliveira, é preciso ser feito um estudo aprofundado na
tipologia das escolas. Ademais, criticou o modelo de ensino vigente e o fato de
algumas escolas não respeitarem o número de profissionais segundo a sua própria
tipologia. “Temos que rever essa modalidade. Trazer aos fóruns de discussão
debatedores que apresentem as vantagens e as desvantagens do modelo de ciclo e,
sobretudo, ouvirmos os profissionais que estão nas etapas finais, pois é por
meio deles que teremos um retorno claro acerca da funcionalidade ou não da
modalidade ciclada implantada na rede municipal”, pontua a sindicalista.
Por fim, ficou acordado que
uma comissão formada por Representantes do Governo e do Sindicato irá se
reunir na quinta feira para dar continuidade aos estudos da tabela de
vencimentos e outra Comissão formada pelo SIMPI, CME, Fundeb e DEB para
discussão da viabilidade da redução de 33% da jornada do professor em sala de
aula.
Entendendo a Tabela:
No Plano de Cargos e Salários do Professor Municipal que foi criado e aprovado pela Câmara em 2003 existe a distribuição de referências, níveis e classes na carreira do professor. O Plano distingue os professores de nível I (apenas magistério), II (Graduado) e III (Pós Graduação) aplicando até 30% a mais nos vencimentos do profissional que subir de nível. Já a referência é contada pelo tempo do profissional na rede, ou seja, quando o professor fizer três anos (triênio) sairá da referência 0 e ira à referência 1, podendo chegar até a décima referência e receber uma vantagem de 3%, a cada triênio completado. Dentro da tabela, existe também a diferença por classes, que muda num período de dez. Logo, essa tabela foi criada numa perspectiva progressiva, ou seja, a cada avanço de classe deve haver uma variação de 10% e nas referências, a cada intervalo de três anos, um aumento de 3%. A problemática evidente é que a tabela de coeficientes não tem obedecido aos percentuais, uma vez que entre as classes, em vez de calcular os dez por cento sobre o vencimento do professor e sua qualificação atual, está sendo somando numa constante que está incidindo sempre sobre o vencimento base, ou seja, o vencimento do primeiro nível e não sobre o atual salário do professor, implicando nos cálculos do nível e também da referência. Por conta disso, o SIMPI tem se reunido e pressionado a SEC para uma reorganização da tabela de modo que garanta o salário certo e líquido aos professores e aguardando, inclusive, o resultado da ação de cumprimento do plano que encontra-se em litígio na Justiça do Trabalho.
Fonte:
Ascom SIMPI
Assessor:
Jeremias Barreto
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