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quinta-feira, 14 de junho de 2012

A educação está para além dos números!


O Conferencista Prof. Miguel Arroyo, a Presidente do SIMPI
Norma Guimarães e a Presidente do CME, Mª. Lúcia Bittar

Aconteceu nesta terça, (12/06) no auditório da Faculdade de Tecnologia e Ciências o II Fórum de Educação que teve como objetivo suscitar discussões e reflexões acerca do Ciclo de Formação Humana, modalidade de ensino que está em vigor na Rede Municipal Itabunense há dez anos. O evento proposto pelo Conselho Municipal de Educação teve como convidado especial o escritor e conferencista Dr. Miguel Arroyo, um dos maiores defensores da educação humanizada do país. Estavam presentes, além de dezenas de professores da rede municipal, os representantes dos órgãos responsáveis pela educação, tais como: o Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna - SIMPI, a Secretária da Educação, a Universidade Estadual de Santa Cruz entre outras instituições de caráter fiscalizador.

Após a abertura oficial realizada pela Presidente do CME, Profa. Maria Lúcia Bittar, que fez questão de enfatizar a necessidade de uma educação pautada na equidade social, teve início a fala dos demais componentes da mesa que defenderam seus pontos de vista acerca da modalidade de ensino vigente. A Presidente do SIMPI, Norma Guimarães, destacou a dificuldade vivenciada pelo educador para trabalhar com o Ciclo de Formação, pois não houve, em sua implantação, um planejamento prévio, afinal as universidades sempre prepararam os licenciados a trabalharem de forma seriada, seguindo os modelos tradicionais. Além disso, relembrou que na época de sua implantação muito se questionava sobre os valores da nova modalidade de educação, que além de caro precisava de um suporte técnico para uma eficácia plena. “Um país para se desenvolver, precisa de educação de qualidade. Não basta mudar os métodos, é preciso investir realmente na valorização do professor”, afirmou a sindicalista. Por outro lado, o Secretário da Educação, Gustavo Lisboa, embora reconhecendo que a bagagem aprendida pelo professor durante a graduação se difere da utilizada no modelo de ensino através de Ciclos, disse que preferia observar as vantagens do método.

Prof. Arroyo durante sua palestra
Foi justamente neste clima de pluralismos de opiniões e posicionamentos divergentes que o Conferencista Miguel Arroyo iniciou sua palestra. O espanhol que há mais de cinqüenta anos reside no país trouxe as perspectivas nacionais a cerca do Ciclo de Formação, informando que a infância de hoje já não é mais a mesma das décadas passadas, “portanto, se a infância muda, a escola também precisa mudar”. Com uma carga de ponderações intimistas junto a pensamentos otimistas, Arroyo afirma que é necessária uma avaliação sistêmica que vá além da relação professor e aluno, afirmando que “a escola não se explica por séries ou ciclos, mas por quem chega nela”. No entender do palestrante, os problemas educacionais estão além das quatro paredes de sala de aula, em seu ponto de vista, o meio social em que este aluno está inserido é o primeiro grande problema da educação. “Chega de avaliações condenatórias ao profissional da educação [...] Está na hora de pensarmos em quais escolas devemos destruir e o que nela precisamos reconstruir, mas para isso, antes de qualificarmos os professores precisamos qualificar os políticos”, afirma Arroyo que subitamente arremata os mais calorosos aplausos dos espectadores. Ainda, antes de finalizar sua participação no evento, chamou a atenção da Secretaria da Educação de Itabuna à forma de como a relação ensino/ aprendizado vem sendo encarada. Para Arroyo, o desenvolvimento de um ser humano não pode ser tabelado (disse isso se referindo aos inúmeros gráficos apresentados pela SEC.), afinal as crianças e adolescentes não cabem em números. “Cuidado, muito cuidado, pois quanto mais se classifica, mais identidades são destruídas”, finaliza o palestrante.

Na oportunidade a Assessoria de Imprensa do SIMPI realizou uma rápida entrevista com a Professora Maria Lúcia Bittar, Presidente do CME, que se disse muito realizada com a amplitude do evento:

SIMPImprensa – Professora, como você e o CME avaliam a realização deste evento?
Mª Lúcia Bittar – A satisfação é imensa. O Conselho Municipal de Educação é um órgão mobilizador e nós como sede da Regional Litoral Sul precisamos incentivar os avanços da educação. Neste evento específico, temos o objetivo de levantar reflexões acerca dos dez anos de implantação do Ciclo de Formação Humanizada em nosso Município, observando sempre os desafios e os avanços. Ao final do evento, pretendemos construir uma carta de intenções, onde iremos propor ações exeqüíveis e eficazes.

SIMPImprensa – Dentre tantos estudiosos sobre o tema, o que motivou vocês a escolherem o professor Miguel Arroyo como conferencista principal?
Mª Lúcia Bittar – Ele é um grande defensor da “Escola Ciclada”. Desde o ano de 2002, na implantação deste novo modelo, ele vem nos dando todo suporte metodológico. Como você pôde perceber, professor Arroyo está por dentro de todos os métodos a nível nacional; é importante que traga para nós essas informações e que, além disso, se inteire de como está sendo trabalhado o ciclo em nosso município.

SIMPImprensa – Professora, aproveitando a oportunidade, gostaria de saber qual o posicionamento do CME face a luta dos professores municipais, visto que a Campanha Salarial deste ano tem sido bastante conturbada, envolvendo paralisações e até estado de greve?
Mª Lúcia Bittar – O nosso entendimento é de que a Assembléia é sempre soberana. Quem faz o Conselho, o Sindicato e demais órgãos fiscalizadores é a própria categoria. Ou seja, se o coletivo apóia, o Conselho Municipal endossa. Somos órgão mediador entre a Sociedade e o Governo e sempre estaremos a favor da melhoria da qualidade da educação, observando é claro os princípios éticos, democráticos e diplomáticos. 


Fonte: Ascom SIMPI
Assessor: Jeremias Barreto

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