O Conferencista Prof. Miguel Arroyo, a Presidente do SIMPI Norma Guimarães e a Presidente do CME, Mª. Lúcia Bittar |
Aconteceu nesta terça, (12/06) no
auditório da Faculdade de Tecnologia e Ciências o II Fórum de Educação que
teve como objetivo suscitar discussões e reflexões acerca do Ciclo de Formação
Humana, modalidade de ensino que está em vigor na Rede Municipal Itabunense
há dez anos. O evento proposto pelo Conselho Municipal de Educação teve como
convidado especial o escritor e conferencista Dr. Miguel Arroyo, um dos maiores
defensores da educação humanizada do país. Estavam presentes, além de dezenas
de professores da rede municipal, os representantes dos órgãos responsáveis pela educação, tais como: o Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna -
SIMPI, a Secretária da Educação, a Universidade Estadual de Santa Cruz entre
outras instituições de caráter fiscalizador.
Após a abertura oficial
realizada pela Presidente do CME, Profa. Maria Lúcia Bittar, que fez questão de
enfatizar a necessidade de uma educação pautada na equidade social, teve início
a fala dos demais componentes da mesa que defenderam seus pontos de vista
acerca da modalidade de ensino vigente. A Presidente do SIMPI, Norma Guimarães,
destacou a dificuldade vivenciada pelo educador para trabalhar com o Ciclo de
Formação, pois não houve, em sua implantação, um planejamento prévio, afinal as
universidades sempre prepararam os licenciados a trabalharem de forma seriada,
seguindo os modelos tradicionais. Além disso, relembrou que na época de sua
implantação muito se questionava sobre os valores da nova modalidade de educação,
que além de caro precisava de um suporte técnico para uma eficácia plena. “Um
país para se desenvolver, precisa de educação de qualidade. Não basta mudar os
métodos, é preciso investir realmente na valorização do professor”,
afirmou a sindicalista. Por outro lado, o Secretário da Educação, Gustavo
Lisboa, embora reconhecendo que a bagagem aprendida pelo professor durante a
graduação se difere da utilizada no modelo de ensino através de Ciclos, disse
que preferia observar as vantagens do método.
Prof. Arroyo durante sua palestra |
Foi justamente neste clima
de pluralismos de opiniões e posicionamentos divergentes que o Conferencista
Miguel Arroyo iniciou sua palestra. O espanhol que há mais de cinqüenta anos
reside no país trouxe as perspectivas nacionais a cerca do Ciclo de Formação,
informando que a infância de hoje já não é mais a mesma das décadas passadas, “portanto,
se a infância muda, a escola também precisa mudar”. Com uma carga de
ponderações intimistas junto a pensamentos otimistas, Arroyo afirma que é
necessária uma avaliação sistêmica que vá além da relação professor e aluno,
afirmando que “a escola não se explica por séries ou ciclos, mas por quem chega
nela”. No entender do palestrante, os problemas educacionais estão além das
quatro paredes de sala de aula, em seu ponto de vista, o meio social em que
este aluno está inserido é o primeiro grande problema da educação. “Chega de
avaliações condenatórias ao profissional da educação [...] Está na hora de
pensarmos em quais escolas devemos destruir e o que nela precisamos
reconstruir, mas para isso, antes de qualificarmos os professores precisamos
qualificar os políticos”, afirma Arroyo que subitamente arremata os mais
calorosos aplausos dos espectadores. Ainda, antes de finalizar sua participação no evento, chamou a atenção da Secretaria da Educação de Itabuna à forma de como a relação ensino/
aprendizado vem sendo encarada. Para Arroyo, o desenvolvimento de um ser humano
não pode ser tabelado (disse isso se referindo aos inúmeros gráficos
apresentados pela SEC.), afinal as crianças e adolescentes não cabem em
números. “Cuidado, muito cuidado, pois quanto mais se classifica, mais identidades são
destruídas”, finaliza o palestrante.
Na oportunidade a Assessoria de Imprensa do SIMPI
realizou uma rápida entrevista com a Professora Maria Lúcia Bittar, Presidente
do CME, que se disse muito realizada com a amplitude do evento:
SIMPImprensa
– Professora, como você e o CME avaliam a realização deste evento?
Mª
Lúcia Bittar – A satisfação é imensa. O Conselho Municipal
de Educação é um órgão mobilizador e nós como sede da Regional Litoral Sul
precisamos incentivar os avanços da educação. Neste evento específico, temos o
objetivo de levantar reflexões acerca dos dez anos de implantação do Ciclo de
Formação Humanizada em nosso Município, observando sempre os desafios e os
avanços. Ao final do evento, pretendemos construir uma carta de intenções, onde
iremos propor ações exeqüíveis e eficazes.
SIMPImprensa
– Dentre tantos estudiosos sobre o tema, o que motivou vocês a escolherem o
professor Miguel Arroyo como conferencista principal?
Mª
Lúcia Bittar – Ele é um grande defensor da “Escola Ciclada”.
Desde o ano de 2002, na implantação deste novo modelo, ele vem nos dando todo
suporte metodológico. Como você pôde perceber, professor Arroyo está por dentro
de todos os métodos a nível nacional; é importante que traga para nós essas
informações e que, além disso, se inteire de como está sendo trabalhado o ciclo
em nosso município.
SIMPImprensa
– Professora, aproveitando a oportunidade, gostaria de saber qual o
posicionamento do CME face a luta dos professores municipais, visto que a Campanha
Salarial deste ano tem sido bastante conturbada, envolvendo paralisações e até
estado de greve?
Mª
Lúcia Bittar – O nosso entendimento é de que a Assembléia é
sempre soberana. Quem faz o Conselho, o Sindicato e demais órgãos fiscalizadores
é a própria categoria. Ou seja, se o coletivo apóia, o Conselho Municipal endossa.
Somos órgão mediador entre a Sociedade e o Governo e sempre estaremos a favor
da melhoria da qualidade da educação, observando é claro os princípios éticos,
democráticos e diplomáticos.
Fonte: Ascom SIMPI
Assessor: Jeremias Barreto
Assessor: Jeremias Barreto
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