Coordenadora Geral, Milene Dantas na execução do hino nacional |
Palco iluminado, platéia
lotada e muitos sorrisos marcaram a exibição da VI Mostra de Arte CEPEI que
aconteceu ontem (28/08) no Centro de Cultura Adonias Filho em Itabuna. O evento
proposto pela SEC cujo tema central foi a “valorização das diferenças e a
superação de limites” reuniu centenas de alunos, professores e pais que fazem
parte do processo de educação especial, modalidade de ensino que vem crescendo
significativamente no Brasil na última década e introduzindo novos olhares à sociedade
aos portadores de necessidades especiais. Prestigiando o evento, estavam também
os representantes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE de
Santa Cruz da Vitória, o Centro de Referência à Inclusão Escolar (CRIE) de
Ilhéus, bem como o SIMPI, Sindicato dos Professores Municipais que está sempre
atento e participando dos movimentos sociais e de inclusão.
De acordo com o último Censo
realizado no Brasil, existem cerca de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência,
seja ela física, visual, auditiva ou intelectual, números estes que
correspondem a 23,9% da população nacional. Atualmente, com o incentivo de
políticas públicas, bem como a crescente busca pela valorização da dignidade da
pessoa com deficiência alguns desafios vêm sendo sanados, sobretudo, no tocante
ao acesso a educação.
Estudantes em apresentação artística |
Conforme o Censo Escolar, nos últimos dez anos o número
de alunos com deficiência matriculados em turmas regulares de escolas públicas
aumentou 493%. Para Milene Dantas, Coordenadora Geral do CEPEI, a realização de
mais uma mostra é a certeza de que os desafios existem, mas podem e devem ser superados.
“O CEPEI – Centro Psicopedagógico da Educação Inclusiva - foi fundado em 2006 e
contava apenas com seis funcionários. Hoje, totalizamos 48 profissionais e
conseguimos atender cerca de 600 alunos. Outro aspecto bastante interessante é
a inclusão dos pais no projeto. Enquanto eles aguardam o atendimento de seus
filhos, nós disponibilizamos oficinas e cursos de costura, bordados e temos até
um coral, tudo isso objetivando a melhor harmonia entre a escola e a família”,
declara Milene.
Professora Thalita agradecendo a premiação |
Ao longo das apresentações,
as músicas davam as notas, mas as luzes certamente emanavam de cada estudante,
sejam nas luvas brancas dos intérpretes de Libras, que é o segundo idioma
oficial do Brasil, ou nos passos cadenciados de quem aprendeu a transformar as
limitações em motivação para “tocar em frente”. Dentre as comemorações, houve a
premiação do Prêmio Kaique Marcos 2012, cuja vencedora foi a Professora do
Colégio IMEAM Thalita Silveira Pires, que realizou o trabalho intitulado “Construindo
Identidade”, objetivando, juntamente com o SAC a emissão de carteiras de
identidade aos alunos, bem como os incentivando a não desistirem de seus
sonhos. “Trabalhamos com educação especial por amor, é muito gratificante ver o
desenvolvimento dos alunos. Estou realizada com todo o evento e com o
reconhecimento de meu trabalho”, afirma a professora.
É importante salientar que
fora as dificuldades estruturais, os deficientes enfrentam preconceitos e
intolerância por parte da sociedade que ainda não consegue enxergar as
potencialidades dos portadores de necessidades especiais. Dessa forma, a VI
mostra veio derrubar estereótipos e paradigmas, pois mostrou que as limitações
podem até existir, mas que jamais serão capazes de impedir o artistas de tocar,
dançar e atuar nos palcos da vida.
Texto e Fotos: Jeremias Barreto
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